terça-feira, setembro 26, 2006

AINDA OS CAMPOS

Estas imagens foram tiradas no Sábado, dia 23 de Setembro. Assim, podem comparar com as fotografias tiradas em Junho e inferir sobre as diferenças ou semelhanças.


Este campo, bem como o jardim onde os timorenses, que estão no campo, estendem a roupa, ficam ambos do outro lado da rua, onde se localiza o Hotel Timor! O maior Hotel cá do burgo, o mais caro e o mais “in”- ponto de encontro de muitos Malais.

sábado, setembro 23, 2006

OS CAMPOS DE REFUGIADOS


Ainda existem. Tal como existiam em Junho. As fotografias foram tiradas nessa altura, mas estas imagens poderiam ter sido captadas hoje.



São muitas as pessoas que se sentem ainda inseguras. A crise política não esta resolvida. Por isso continuam nos campos.Mas os Campos de Refugiados existem também por outras razões. Razões que escapam à lógica que determinou a sua existência. Os campos são um amontoado indistinto de panos vagamente coloridos, com gente lá dentro. Muita gente. O espaço que cabe a cada família é exíguo. Não há privacidade. Tudo é precário. É tal a pobreza e a negação ao acesso daquilo que é básico, neste país, que, o que os Campos têm para oferecer é substancialmente melhor do que as suas próprias casas. Por isso, os Campos persistem. É perversa a situação. Nos Campos há assistência médica, água, segurança e 1 ou 2 dólares por família. Preocupante. Muito preocupante é o que está por vir. Aproxima-se a época das chuvas. A este cenário vão juntar-se elevados índices de precipitação, temperatura e humidade – estão reunidos os ingredientes privilegiados para a propagação de doenças. Se nada for feito para alterar esta situação e levar à desmobilização destas pessoas, surtos de malária e dengue são tidos como certos! A fragilidade do sistema de saúde é uma realidade, não haverá capacidade de resposta. Serão demasiado drásticas as consequências…por isso quero acreditar que deve ser encontrada uma solução a tempo de evitar tal catástrofe.

segunda-feira, setembro 18, 2006

ESTOU DE VOLTA


Estou de volta!
A todos quantos me acompanham através do blog, as minhas desculpas por este silêncio tão prolongado…
Queria ter escrito a partir de Portugal, mas o tempo foi escasso para tantos afazeres.
Fiquei surpreendida com o que senti ao regressar a Díli! Quando daqui saímos estava instalada a crise… o tempo que passei em Portugal também não pode ser propriamente classificado como “umas boas férias”; por isso o que senti ao aterrar em Díli, me surpreendeu pela positiva! Senti-me em casa. Voltei ao país onde apesar da crise, da pobreza crónica, das milhares de pessoas que ainda se encontram nos campos de refugiados, as crianças ainda encontram razões para sorrirem!!!
Surpreendida porque, não sabia que em 10 meses tinha travado conhecimento com tantas pessoas…
Surpreendida, porque ao contrário do ano passado, em que tudo era novo e desconhecido, agora sinto que os meses que aqui vivi, me conferem um sentimento de pertença.
Pertença, que se traduz, na forma como sinto este espaço – um misto de alegria pelo regresso e de tristeza porque muitos são os timorenses que perderam a casa e familiares… que viram, mais uma vez, a sua vida, já de si pobre, destroçada pela perda e pela dor!