sábado, setembro 23, 2006

OS CAMPOS DE REFUGIADOS


Ainda existem. Tal como existiam em Junho. As fotografias foram tiradas nessa altura, mas estas imagens poderiam ter sido captadas hoje.



São muitas as pessoas que se sentem ainda inseguras. A crise política não esta resolvida. Por isso continuam nos campos.Mas os Campos de Refugiados existem também por outras razões. Razões que escapam à lógica que determinou a sua existência. Os campos são um amontoado indistinto de panos vagamente coloridos, com gente lá dentro. Muita gente. O espaço que cabe a cada família é exíguo. Não há privacidade. Tudo é precário. É tal a pobreza e a negação ao acesso daquilo que é básico, neste país, que, o que os Campos têm para oferecer é substancialmente melhor do que as suas próprias casas. Por isso, os Campos persistem. É perversa a situação. Nos Campos há assistência médica, água, segurança e 1 ou 2 dólares por família. Preocupante. Muito preocupante é o que está por vir. Aproxima-se a época das chuvas. A este cenário vão juntar-se elevados índices de precipitação, temperatura e humidade – estão reunidos os ingredientes privilegiados para a propagação de doenças. Se nada for feito para alterar esta situação e levar à desmobilização destas pessoas, surtos de malária e dengue são tidos como certos! A fragilidade do sistema de saúde é uma realidade, não haverá capacidade de resposta. Serão demasiado drásticas as consequências…por isso quero acreditar que deve ser encontrada uma solução a tempo de evitar tal catástrofe.