segunda-feira, maio 22, 2006

20 DE MAIO DE 2002 - 4 ANOS DE INDEPENDÊNCIA

O último dia do Congresso da FRETILN coincidiu com o dia da comemoração da Independência de Timor-Leste.
Mari Alkatiri foi reeleito Secretário -Geral , pela maioria dos delegados presentes, através de uma votação de braço no ar -550 votos a favor, 11 abstenções e 5 contra.
O método de eleição provocou a desistência do único candidato opositor, José Luís Guterres, por este considerar o método de eleição escolhido “típico de partidos leninistas dos tempos antigos”.
Ora, se por um lado a opção política de cada cidadão deve ser feita em consciência, (logo votar de braço no ar ou de forma secreta, não deveria fazer diferença), por outro, o de facto de nunca podermos saber se teria sido outro o resultado, usando o voto secreto, é uma realidade. Não será preciso lembrar a falta de tradição democrática (por razões obvias), e todo um conjunto de aspectos característicos de um país pobre e pequeno, onde a informação que passa de boca em boca tem mais credibilidade do que aquela que é proferida pelos homens do poder, até porque a forma como a primeira é veiculada é de muito mais fácil compreensão do que a segunda. Ouço os políticos e ouço as pessoas na rua e questiono-me muitas vezes, que informação chega aos ouvidos destas pessoas e como será assimilada aquela que é retida. Por isso me questiono: se tivesse sido outro o método, seria o resultado o mesmo?
Seja como for, o certo é que se toda a agitação que se viveu neste país, em vésperas da realização do Congresso, tinha como alvo (também), destabilizar o governo, 5 votos contra, são muito pouco representativos desta tentativa de destabilização…
Certo, certo é que hoje, dia 22 de Maio, 2 dias depois do Congresso continua a registar-se em Díli alguma alteração da ordem pública, tendo-se verificado alguns confrontos, em alguns pontos da cidade – o suficiente para a apreensão se instalar outra vez no rosto de cada timorense.

2 Comments:

At 23/5/06 00:48, Anonymous Anónimo said...

Tenho acompanhado o desenvolvimento dos acontecimentos em Timor e questiono-me se o Congresso é de facto reflexo da realidade do país? Esta questão pode colocar-se em qualquer país, mas creio ser mais pertinente num páis tão novo, ainda com tantas marcas da ocupação e sem ainda ter tido tempo de desenvolver e cimentar uma identidade nacional. Os 5 votos contra e 11 abstenções são unicamente dos que fazem parte do congresso, os que estão na rua não tendo voz activa no congresso utilizam outras formas de expressão sem ser o voto.

 
At 23/5/06 15:29, Blogger São said...

Que bom saber que acompanhas o que por aqui se passa ;)
Obg pelo comentário
Bj

 

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