PRIMEIRO DIA EM DÍLI
29 de Setembro de 2005-10-01
Meus amigos, um só dia e tanta coisa para contar!
Na verdade, só metade do dia. Chegámos ao meio dia a Díli, depois de 20 horas de viagem...viajamos com o primeiro ministro no avião. Havia uma grande recepção à chegada, que não era obviamente para nós!
Aqui tudo parece pequeno e familiar. Quando saímos do avião o percurso até à rua dá-nos a sensação de que estamos a atravessar um qualquer quintal, ou uma rua de um bairro pobre. Não há luzes de néon, não há corredores infindáveis, não há lojas com produtos de marca, não há lojas... é assim o aeroporto de Díli.
O ar quente e húmido faz-se notar de imediato. Um olhar rápido pela paisagem, diz-nos que estamos muito, muito, longe de casa. Depois de seis meses sem chover, tudo está seco. A vegetação é escassa, as montanhas estão desnudadas, tudo está empoeirado. Tudo é diferente. As pessoas, os cheiros, a temperatura, as casas, o trânsito... as pessoas movem-se lentamente; são tão pequenos e magros que parecem acelerados nos seus afazeres. Vêem-se muito mais homens do que mulheres. Estão sentados em grupo, nos passeios, nos muros, conversando...e as mulheres? Onde estão? Provavelmente trabalhando. Tenho a triste sensação de aqui, como em África (como no resto do mundo) são elas os pilares do sustento. São elas que trabalham com engenho e arte, são elas que dirigem o barco.
Alguns olham para os malaios (somos nós, os estrangeiros) com um ar hospitaleiro, outros, com alguma reserva.
As crianças de rua são verdadeiramente como “bandos de pardais à solta”. Gravitam à nossa volta, pedindo e/ou vendendo pequenas coisas. São magras, ágeis e sedentas de dólares. A média de filhos por família é de 12/13/14 filhos! Em regra, estes meninos(as) só têm afecto enquanto não aprendem a andar; com 2, 3 anos já são cidadãos do mundo, em pleno: ou seja, circulam pelas ruas, sozinhos ou em grupo. Têm um ar cândido e um sorrido doce. Esta é uma imagem vulgar... a diferença é que aqui, podemos olhá-las nos olhos.
Ainda sob o efeito do “jet lag” são estas primeiras impressões. Que bom seria acordar amanhã e constatar que seria outra a realidade.
Entre os cooperantes parece haver gente com alma. Reina um ambiente acolhedor; imagino que este advém, muito da consciência da distância. Estamos longe!
O meu sentimento vai para uma boa integração, quer no trabalho que me é pedido, quer no conhecimento dos usos e costumes do povo timorense.
Nota: Hoje é dia 4 de Outubro e só hoje consegui ter acesso (com tempo ) à net, por isso só hoje coloco os "posts"! A foto que escolhi para iniciar este blog, foi tirada no Domingo. Até agora é a minha preferida!
4 Comments:
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
A fotografia está mesmo excelente! Continua!
;)
Gosto do Duque e da fotografia da menina de azul. Linda. Sofia
Enviar um comentário
<< Home